Imersa na pele e nos pensamentos, a memória é uma colagem, uma reconstrução de fragmentos do real e do imaginário. Este é também o processo por trás de toda criação, seja na produção de um filme ou na escrita de um livro. Assim, a memória se revela, de forma disfarçada, como um ato de criação.
Dessa intersecção entre um emaranhado de memórias e o próprio ato de inventar surge esta exposição, concebida, escrita e organizada pela autora Noemi Jaffe.
A convite do Museu Judaico de São Paulo, Noemi mergulhou no vasto universo de cartas, fotos, mapas, objetos e documentos do acervo do MUJ, o maior acervo judaico do Brasil, guardado no subsolo deste edifício.
Ao emergir desse mergulho, a autora trouxe à tona centenas de artefatos para contar uma história. A história de Rebeca, uma mulher judia que representa tantas outras, não apenas aquelas reveladas pelo acervo, mas de certa forma, todas as mulheres judias. Talvez seja uma narrativa comum a todos os judeus. Uma história sobre identidade, exílio, perda e, também, sobre herança, sonhos e amor.
A exposição faz parte do 2º FliMUJ — Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo (30 de novembro a 3 de dezembro de 2023), que explora justamente a relação entre memória e identidade, refletida na pergunta “E se eu me esquecer de ti?”.
Uma questão que aborda o reconhecimento do outro, mas também o que resta de mim quando me esqueço do outro; uma reflexão para os nossos tempos, também explorada, em certa medida, nesta exposição.
Rebeca: a conexão reversa — a partir do acervo do Museu Judaico de São Paulo só foi possível graças à colaboração imediata de Noemi Jaffe, com o patrocínio do Instituto Golden Tree e o apoio dos demais mantenedores, patrocinadores e apoiadores anuais do MUJ.
Nossos sinceros agradecimentos a todos que, com carinho, ajudaram a tecer essas memórias aqui presentes.
Felipe Arruda
Diretor Executivo
Roberta Sundfeld
Diretora de Acervo e Memória
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